A história de Santa Felicidade tem início em 1878, com a imigração italiana e a chegada de uma nova forma de se viver na região.

Separamos aqui um resumo dessa trajetória, primeiros anos da região e chegando aos dias de hoje. E de como histórias, tradições e culturas de Brasil e Itália se encontraram, formando uma identidade própria e única.

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Boa leitura!

O Brasil, por volta do final do século XIX, encontrava-se em uma época de aumento da demanda por povoar áreas vazias e ocupar áreas de fronteiras, incentivando a agricultura.

Importante destacar que no ano de 1850 os chamados governos provinciais começaram a tomar conta do processo de colonização. Três anos depois, o Paraná conseguiu a sua emancipação administrativa e política.

Foi nesse cenário que deu-se a chegada das famílias europeias imigrantes em busca de começarem uma nova vida na América.

Chegamos ao ano de 1871. É aqui que começa a grande imigração italiana para o sul do Brasil. Segundo os registros, foram mais de 2.500 imigrantes. Primeiramente, essas famílias foram para a Colônia do Assungui.

Mais tarde, em 1875, foi fundada a Colônia Alexandra, no litoral, que não teve um bom resultado e acabou ruindo. Já em 1877, ocorreu uma ruptura no então contrato e o Governo fundou a colônia Nova Itália, com imigrantes da então Alexandra e mais outros.

Ao mesmo tempo que ocorria a tentativa de crescer o litoral, outras regiões iam ganhando imigrantes e fundando novas colônias.

A maior parte dos imigrantes italianos acabavam desistindo da região litoral por terem dificuldades com a terra lamacenta, doenças tropicais e pragas que atingiam suas plantações. Justamente por isso, muitas famílias italianas acabaram saindo do litoral em 1878, deslocando-se para o planalto e chegando à Curitiba, onde o clima e as terras pareciam-se mais com as da Europa.

A história de Santa Felicidade se funde com toda a história do país.

Os imigrantes vieram até aqui na tentativa de ter a própria terra. Como resultado, a região cresceu a partir de atividades e tradições rurais desses povos.

A região ligava a capital ao norte velho do estado, chamada de Estrada do Cerne. Logo, aqui era um local de passagem contínua de pessoas.

A história deste bairro começa quando ainda era chamado de Taquaral, no século 19. Entretanto, as famílias que aqui chegaram adquiriram lotes de terra favorável para o cultivo, à margem da cidade. A região foi adquirida dos irmãos Arlindo, Antônio e Felicidade Borges. Ali, eles fundaram a colônia Santa Felicidade, que recebeu esse nome em homenagem à irmã que mais apoiou a venda das terras para os imigrantes, e também à fé do povo italiano.

Sendo assim, se tornou uma região que recebia italianos de Trento e Vêneto, conhecidos pela produção de queijo e vinho, e que se espalhariam também pelos bairros Cascatinha, Butiatuvinha, São João, São Braz, Água Verde e Umbará.

Sendo um local de passagem e com a imigração italiana, já era de se esperar que a gastronomia seguisse os hábitos de suas origens. Mesmo com a constante passagem e chegada de diversas pessoas, o crescimento da região se deu com uma forte tradição italiana.

Com isso, houve a preservação desses costumes, principalmente em relação à agricultura e culinária, mas também no dialeto, danças e música.

Isso se deu porque os imigrantes não estavam buscando uma estadia temporária. Queriam logo chamar essa nova terra de lar. E as novas gerações nascidas no bairro chegando ali, reproduziam tal tradição.

Ao chegar em Santa Felicidade pela entrada principal, você avista o famoso Portal Italiano, inaugurado em 1990 e que retrata 3 edificações históricas da região. Passando o Portal, é possível observar outras construções que também contam a história de Santa Felicidade.

Isso porque, assim como na gastronomia, também há bastante influência da Itália na arquitetura. Exemplo disso é a Igreja Matriz, com campanário em construção separada, como era tradicional nas igrejas italianas.

Nos dias de hoje, o bairro é referência de história e tradição. Quem passa por aqui diz que sente-se em uma pequena cidade do interior. As tradicionais vinícolas, lojas de artesanato e de móveis de vime são atrações charmosas que convivem lado a lado com o comércio é farto e variado em opções ao longo das avenidas principais e adjacências.

Conhecido como o Bairro Gastronômico de Curitiba, por conta da grande quantidade de restaurantes que servem os pratos típicos como risoto, frango, polenta, massas de variados tipos em generosas porções italianas e com o inconfundível tempero da mamma. Tudo isso acompanhado pelos deliciosos vinhos coloniais.

Aclamado por visitantes e moradores, Santa Felicidade é um lugar para ver e se apaixonar.